Congressos ampliam acesso à Cannabis terapêutica
Em um cenário onde barreiras regulatórias e desinformação ainda limitam o acesso à Cannabis para fins terapêuticos, eventos como o Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal e a 4ª edição do Medical Cannabis Fair cumprem um papel essencial e estratégico na ampliação do debate público.
Realizados em São Paulo, os eventos reúnem representantes da medicina, da pesquisa científica e da indústria, promovendo um espaço de atualização técnica, articulação política e conscientização social.
Mais do que uma exposição de produtos, o evento contribui diretamente para a construção de um ambiente regulatório mais justo, baseado em evidências e voltado ao direito à saúde.
Esta é a 4ª edição do Congresso, que será entre os dias 22 a 24 de maio. E, paralelamente ao congresso, também acontece o Medical Cannabis Fair — uma feira aberta ao público geral, onde empresas do setor apresentam produtos, inovações e serviços voltados, principalmente, ao uso medicinal da Cannabis.
Expositores de todo mundo
“Nós temos expositores do mundo inteiro, onde a gente trata principalmente da parte comercial e medicinal da Cannabis. Então, a feira é uma forma de fazer essa conexão entre esses principais segmentos”, explica o Dr. Pedro Pierro, coordenador científico do evento.
Enquanto o congresso é voltado principalmente para os profissionais da saúde e do mercado – com uma programação de palestras, mesas e discussões técnicas – a feira é um espaço de descoberta, informação e aproximação para pacientes, familiares, investidores e entusiastas do tema.
“No primeiro dia do congresso, teremos duas salas: uma dedicada à presença da Embrapa, que está imersa no evento e participa ativamente dos debates sobre agronegócio; e outra voltada ao uso medicinal da Cannabis na medicina geral, falando sobre as descobertas desde a década de 1960. Já no segundo dia, será uma sala dedicada à medicina veterinária e outra que abordará as oportunidades de negócio e inovação. Estamos trazendo um time forte para discutir o uso da Cannabis nessas áreas e os avanços mais recentes”, contou o coordenador.
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Do marco regulatório ao impacto real
Regulamentado pela Anvisa desde 2014, o uso medicinal da Cannabis avança de forma gradual no país, impulsionado por iniciativas que combinam evidência científica, engajamento profissional e mobilização social.
Embora ainda existam desafios importantes, o crescimento do número de prescrições, de produtos registrados e da presença da pauta em eventos técnicos revela um movimento consistente de consolidação dessa terapêutica no cenário brasileiro. E é dentro desse contexto que eventos como o Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal e Medical Cannabis Fair ganham força.
Incubadora de mudança
Ao reunir médicos prescritores, pesquisadores, pacientes, advogados, representantes da indústria farmacêutica e gestores públicos, o evento funciona como um incubador de mudança.
Em 2024, o Brasil já soma cerca de 672 mil pacientes em tratamento com Cannabis, um crescimento de impressionantes 52% em relação ao ano anterior, segundo dados da Anvisa.
Esse avanço revela tanto a eficácia percebida da terapia, quanto a demanda reprimida de uma população que por anos viu essa possibilidade ser tratada com preconceito e desinformação.
Um mercado em plena expansão
Os números do mercado ajudam a contar essa história. Segundo levantamento realizado pela Kaya Mind, o mercado legal da Cannabis medicinal movimentou R$ 860 milhões no Brasil apenas em 2024, com previsão de ultrapassar R$ 1 bilhão em 2025.
Um crescimento que evidencia não apenas o potencial econômico da planta, mas sua consolidação como uma alternativa terapêutica cada vez mais aceita — e necessária.

Ciência e Informação na 3ª edição do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal
Nas farmácias brasileiras, mais de 36 produtos à base de Cannabis já são comercializados, e só no terceiro trimestre de 2023, as vendas cresceram 122% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a BRCann.
O custo da omissão estatal
Ademais, um dos indicadores mais simbólicos da urgência do tema está nas ações do próprio Estado. Em 2023, o Ministério da Saúde gastou mais de R$ 40 milhões com medicamentos à base de Cannabis para atender processos judiciais — uma evidência de que a judicialização do acesso continua sendo o caminho mais comum para muitos pacientes.
Enquanto isso, 24 estados brasileiros já têm projetos de lei tramitando para garantir o fornecimento via SUS, em uma tentativa de institucionalizar o que a Justiça já vem reconhecendo: o direito à saúde.
Abrindo caminhos para o cuidado
Mais do que um evento, o Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal e o Medical Cannabis Fair representam um marco simbólico de amadurecimento coletivo.
Ao reunir diferentes vozes e fomentar a produção e circulação de conhecimento, o congresso transforma a pauta da Cannabis medicinal em política pública viva — debatida, aprimorada e defendida por quem vive, estuda e prescreve essa realidade.
Nesse espaço de troca e escuta, reforça-se a urgência de se romper com estigmas históricos e se construir, com base em evidências, um modelo de cuidado mais ético e acessível.
Quando ciência, experiência e empatia se encontram, surgem soluções capazes de mudar paradigmas. E talvez seja essa a maior força do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicina e do Medical Cannabis Fair: cultivar encontros que, aos poucos, desatam os nós da desinformação e abrem caminho para o reconhecimento da Cannabis como o que ela é — uma ferramenta legítima de cuidado e saúde.
Inicie seu tratamento
O uso medicinal da Cannabis já está regulamentado pela Anvisa desde 2014. Médicos, cirurgiões-dentistas e médicos veterinários – com registro profissional ativo – estão aptos a prescrever fitocanabinoides (moléculas medicinais da Cannabis).
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