O projeto começou no último dia 19 de fevereiro e uma nova ação, promovida por duas empresas e dois médicos, já está agendada para o dia 19 de março
No próximo dia 19 de março, a Revivid Brasil e a InformaCANN, em parceria com os médicos psiquiatras Dra. Lara Augusta e Dr. Mário Sallenave, farão uma nova ação em prol de crianças carentes no Instituto “Você nunca andará sozinho” em Samambaia, Região Administrativa de Brasília. O local atende 180 crianças de baixa renda com Transtorno do Espectro Autista. O mutirão levará informações sobre o uso da cannabis medicinal para esse tipo de patologia, além de proporcionar atendimento clínico gratuito para os pacientes atendidos pela Instituição. A Revivid Brasil se comprometeu a doar o óleo de cannabis medicinal para a instituição.
O projeto de parceria idealizado pelas empresas começou em fevereiro, quando iniciaram um projeto social de democratização do óleo medicinal da cannabis na capital do país. Na data, houve o primeiro mutirão de atendimento às crianças que moram na casa abrigo da Ampare-DF, local que oferece atendimento clínico multidisciplinar. A casa de acolhimento, coordenada pela instituição, foi criada em 1994 para receber, de forma institucionalizada, crianças e adolescentes com deficiência intelectual e/ou múltipla, que estão sob medida protetiva e em situação de risco pessoal e social. A Ampare-DF é uma instituição social, sem fins lucrativos, fundada em 1972 por um grupo de mães e pais.
Muito embora as crianças e adolescentes que residem na casa lar da Ampare-DF tenham indicação clínica para tratamento com o óleo medicinal de cannabis, pois foram diagnosticadas com doenças como epilepsia, autismo, microcefalia, espasmos, paralisia cerebral, a planta ainda não havia chegado para elas. Não só pela falta de conhecimento entre os profissionais da saúde, já que menos de 1% dos médicos são prescritores, como também pelo valor do tratamento, ainda inacessível para muitas famílias brasileiras.
Sensibilizada com a situação dessas crianças, a CEO da Revivid Brasil, Keila Santos, se comprometeu a doar o medicamento até que seja possível mover uma ação para que o Sistema Único de Saúde (SUS) pague, mediante determinação judicial, pelo tratamento das crianças institucionalizadas. A empresa também criou a instituição Revivid Foundation, que atende quase 200 crianças e já planeja expandir os atendimentos para outros estados, como BA.
“Quanto mais a gente ajuda, mais somos abençoados. Pelo menos, se eu morrer amanhã, sei que hoje eu tomei uma decisão que fez alguém viver mais e ter mais chance de vida.”
Keila Santos, CEO da Revivid Brasil
É importante destacar também o trabalho dos médicos que se disponibilizaram, de forma voluntária, a participar do mutirão. “Nós temos observado uma melhora no quadro de cognição, na ação neuropsicomotora e nas atividades da vida diária de crianças com problemas neurológicos medicadas com o canabidiol. A cannabis também melhora na socialização, elas ficam mais calmas e ainda há o controle dos sintomas depressivos e ansiosos. Essa é uma medicação recente, mas até agora não vimos nenhum caso negativo”, explica a Dra. Lara Augusta.
Já o Dr. Mário destacou a ação anticonvulsivante da cannabis e a considerável melhora cognitiva do quadro para prescrever a medicação. “Sabemos que a cannabis medicinal pode trazer mais qualidade de vida tanto para essas crianças, como para seus cuidadores. É um trabalho que fazemos de coração”, enfatizou o especialista.
As ações organizadas pelas empresas oferecem melhores condições de saúde para diversas crianças, mas vai muito além. Iniciativas como esta reforçam o poder medicinal da planta e ajudam a derrubar o preconceito que ainda cerca a cannabis.
“A InformaCANN trabalha para construir uma rede de apoio aos pacientes da cannabis em Brasília e no entorno goiano. A cada família ou criança que conseguimos ajudar com a doação do óleo medicinal da cannabis é um alento para o nosso coração e a certeza que estamos no caminho certo da ciência, levando saúde e informação. Criminalizar uma planta da natureza é tão maluco quanto liberar veneno que silenciosamente vai parar nos nossos alimentos. Ações como a da Revivid nos fazem acreditar que o Brasil pode ser um país melhor”
Manuela Borges, correspondente deste portal em Brasília